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A disponibilização, pela etiqueta Naxos (distr. CNM), de um volume com 6 CDs que reúnem a integral das sinfonias de Joly Braga Santos e várias outras obras para orquestra do compositor, em interpretações de Álvaro Cassuto à frente de várias orquestras (entre as quais a Orquestra Sinfónica Portuguesa e a Orquestra do Algarve), é o pretexto para uma conversa com o maestro, que em 2009 celebrou 50 anos de carreira e foi condecorado pelo Presidente da República. Sobre a mesa, a música de Joly, a sua importância no sinfonismo português, a sua permeabilidade às novas estéticas musicais a partir do final dos anos 50 do século passado, o imenso trabalho que implica tocar e gravar as suas obras devido à inexistência de partituras, mas também os novos desafios de Álvaro Cassuto com a gravação de mais música portuguesa para a Naxos.
No intervalo de poucas semanas, dois novos CDs com obras de Marcos Portugal, dois oásis num deserto editorial contrastante com a extensa e importante produção do mais célebre e internacional dos compositores portugueses. Primeiro, as "Matinas do Natal", interpretadas pelo Ensemble Turicum (ed. Paraty), agora, a "Missa Grande", pelo Coro de Câmara de Lisboa e solistas (ed. Numérica). Antes ainda, em Outubro, na Gulbenkian, tinha sido a estreia moderna de "La Zaira". Três pretextos para dedicar uma emissão a Marcos Portugal, com três especialistas: Bárbara Villalobos, musicóloga que transcreveu a partitura daquela ópera e abordou, na sua tese de mestrado, a obra dramática do compositor; António Jorge Marques, elemento do CCL e musicólogo cuja tese de doutoramento se baseou na música religiosa de Marcos Portugal; e Luiz Alves da Silva, co-director artístico do Ensemble Turicum.
No meio de um intenso trajecto como percussionista, dividido entre o Drumming - Grupo de Percussão, a Oficina Musical e, ocasionalmente, o Remix Ensemble, Nuno Aroso tem vindo a desenvolver paralelamente um percurso a solo rigoroso e conceptual, de que o primeiro passo é o CD "Technicolor", publicado em Julho deste ano. Na Outra Margem, falamos sobre este trabalho desenvolvido em torno de memórias e da ideia do cinema, com improvisações e com obras encomendadas aos compositores Luís Tinoco, Luís Antunes Pena, Mário Laginha, Eduardo Patriarca e Amanda Cole.
Espreitamos também os concertos marcados para dias 18 e 19, na Aula Magna, da Lisbon Film Orchestra - uma formação, dirigida pelo maestro Nuno Sá, que envolve actualmente 84 músicos e que, através de um repertório de música de filmes, pretende conquistar novos públicos para os concertos orquestrais.
Depois de um silêncio de cerca de cinco anos, após a sua saída dos comandos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e o grave acidente de viação que sofreu, o maestro Miguel Graça Moura regressa com uma autobiografia romanceada, "O Prazer - Memórias Desarrumadas" (ed. Verso da Kapa). Ao longo de uma narrativa recheada de erotismo, faz desfilar histórias, factos, conceitos, opiniões - sobre música, arte, filosofia, vida - e percorre os seus trilhos na vida musical portuguesa, na qual foi um importante agente de transformação, nomeadamente pela criação da estrutura articulada (pedagógica-artística) da Metropolitana. Razão para uma desenvolta conversa Na Outra Margem.