Na Outra Margem 25/11/09

No dia em que apresenta o seu CD de estreia a solo em concerto no Pequeno Auditório do CCB, o violinista Bruno Monteiro está Na Outra Margem, para uma conversa sobre os desafios de interpretar Bach, Prokofiev, Kreisler e Ysaÿe mas também dos quase 20 anos de carreira.
Outro destaque vai para o programa que a OrchestrUtópica leva também ao CCB, no próximo domingo, em que o gamelão é o protagonista e Elisabeth Davis a solista, em obras de John Cage, Luís Tinoco e, em estreia absoluta, Ivan Moody e José Júlio Lopes, que fala sobre o conceito do evento.

Para ouvir Na Outra Margem, esta 4ª feira, 25/11, às 18h05, em 90.4 fm ou em www.radioeuropa.fm, e a partir de 5ª feira em podcast.

Ainda João de Freitas Branco

A evocação de João de Freitas Branco no programa desta semana tem suscitado reacções de comoção. Aqui fica a do seu amigo compositor Cândido Lima.

"A minha mensagem era simplesmente para me associar a essa lembrança, evocando uma pessoa com quem tive oportunidade de contactar em muitas situações e sob as mais diversas formas. Lembrava-lhe (talvez o tenha lido), e pedia-lhe para dizer ao filho, que gostaria que soubesse que a melhor homenagem que eu lhe poderia prestar, foi inserir o próprio nome do pai na estrutura da obra, e no final na parte "código morse" (João, entre outros amigos desaparecidos), do meu quarteto de cordas "Vozes à Luz - À Memória", com outros músicos ilustres que já partiram (CD-Numérica - Matosinhos).
O Dr. João de Freitas Branco figura também entre aqueles a quem dediquei o livro "Origens e Segredos da Música Portuguesa Contemporânea - Música em Som e Imagem".
Desconhecendo o seu estado de saúde, convidei-o um ano antes de partir, para fazer uma conferência no ano seguinte nas Semanas de Música de Viana do Castelo, de que eu era o responsável. Disse-me que em princípio, sim. Falaríamos mais tarde. Foi na inauguração, no Porto, de uma escultura a Guilhermina Suggia, ao ar livre, de quem fez uma evocação magistral inesquecível como só ele era capaz.
Lembro a sua voz, sorriso e tranquilidade. E tudo o resto que sabemos.
E não posso esquecer que foi por ter uma forte costela matemática que consegui, por ele, uma bolsa da S.E.C. para ir para Paris estudar com Xenakis, que ele admirava como compositor e como teórico. Em 1975!
Em Encontro com Xenakis no Cinema Trindade que eu organizei, por o ter convidado no Festival de La Rochelle, em França, foi o Dr. João de Freitas Branco que o acompanhou ao Norte, a convite da D. Madalena Perdigão (há uma crónica sobre esse encontro memorável no jornal, acho que "O Jornal", não? Acho dirigido pelo Adolfo Portela Filho. Tenho a crónica, mas não à mão.)
Parabéns a si por o ter lembrado."
Se quiser deixar-nos o seu testemunho sobre João de Freitas Branco, poderá enviá-lo para naoutramargem@gmail.com.

Na Outra Margem 18/11/09

Com ele, aprendemos a gostar ainda mais de música. Com os seus programas na rádio e na televisão, capazes de tocar todos os públicos. Mas também com os seus livros, com a sua intensa actividade de dinamização cultural, primeiro à frente da Juventude Musical Portuguesa, depois do Teatro Nacional de São Carlos, por fim como Secretário de Estado da Cultura. Também como docente, nos primeiros anos do curso de Ciências Musicais da Universidade Nova. João de Freitas Branco deixou-nos há 20 anos mas a sua figura transversal e ímpar na cultura portuguesa permanece viva, através de um imenso legado - evocado esta semana, numa conversa com o seu filho João Maria de Freitas Branco, a sua amiga e pianista Maria Elvira Barroso e o seu também amigo, colega e musicólogo Mário Vieira de Carvalho.
Para ouvir Na Outra Margem, esta 4ª feira, 18/11, às 18h05, em 90.4 fm ou em www.radioeuropa.fm e a partir de 5ª feira em podcast.

Na Outra Margem 11/11/09

Foto: Rita Santos
Com lançamentos marcados para o próximo fim-de-semana, no sábado em Beja, na Igreja de Santa Maria da Feira, e no domingo em Lisboa, no CCB, está aí o novo CD do projecto Sete Lágrimas. "Silêncio" partiu de um desafio lançado ao ensemble pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, neste 2009 em que comemora 25 anos de actividade. O objectivo era reunir visões diferentes de textos do Antigo e do Novo Testamento - ortodoxa, protestante e católica - em obras encomendadas a três compositores: João Madureira, Ivan Moody e Andrew Smith. Espiritualidade, música contemporânea tocada em instrumentos antigos, encomenda de obra enquanto criação de património, mas também uma breve antecipação do festival Terras sem Sombra, que arranca em Janeiro próximo: alguns dos conceitos que percorrem uma conversa com Filipe Faria, uma das duas faces do Sete Lágrimas, João Madureira e o arquitecto José António Falcão, director do referido Departamento.
Para ouvir Na Outra Margem, esta 4ª feira, às 18h05, em 90.4 fm ou em www.radioeuropa.fm, e a partir de 5ª feira em podcast.

Na Outra Margem 04/11/09

Com um trabalho enquanto intérprete centrado na música contemporânea e numa atenção particular a compositores portugueses, Madalena Soveral publicou recentemente um novo tomo na sua discografia, um CD, publicado pela Açor, com o integral da obra para piano de Schönberg: o primeiro ponto de uma conversa em que se fala do trajecto da pianista, do seu trabalho académico em torno da música portuguesa, dos seus CDs anteriores (um monográfico de Emmanuel Nunes e "Música Portuguesa para Piano - Anos 90", com obras de António Pinho Vargas, João Pedro Oliveira, Filipe Pires e João Rafael, ambos da Numérica) e dos novos projectos.
Para ouvir Na Outra Margem, em podcast.